sábado, 10 de dezembro de 2016

Mãe

Foi difícil no início, confesso. Continuar a minha vida sabendo que eu não teria mais a presença física da minha mãe, daquela que sempre esteve por perto, em todos os momentos, aquela que cuidava de mim como ninguém jamais cuidará.
Um mundo inteiro em volta e eu me sentia sozinha, deslocada e triste. Foi uma fase conturbada e ao mesmo tempo normal, em que eu incubava todos os sentimentos ruins e fingia que nada estava acontecendo.
Uma hora tudo explodiu, tudo veio à tona. E foi bem feio. Porém necessário. Eu precisava daquele momento de confusão e de sentimentos aflorados. De choradeira e desespero. De reflexão e desordem. Para que depois que tudo se acomodasse, tudo voltasse ao seu lugar, eu aprendesse com a situação.
E não é que aprendi? Óbvio que sim. Aprendi que tudo acontece por uma razão, tudo que passamos em nossas vidas tem um porquê. E que até mesmo das coisas ditas ruins, nós podemos, e devemos, encontrar um propósito para continuar em frente.
Sempre ouvi que o que não nos mata nos fortalece, e após tudo que já passei, posso dizer com toda certeza que sim. É assim mesmo.
Hoje, sou uma mulher indiscutivelmente mais forte, mais segura e mais feliz. E fico satisfeita em olhar pra trás e conseguir enxergar, e me orgulhar, de tudo que já me aconteceu nessa minha passagem pela terra.
Ah, e sobre a minha mãe? Continuo sentindo uma imensa saudade, porém tenho certeza de que ela está sempre perto de mim, me cuidando como sempre fez.
Não sei ao certo o porquê de eu estar escrevendo isso hoje, mas nem tudo precisa de uma explicação imediata.

Escrito em: 23 de outubro de 2016.

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